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sexta-feira, 7 de março de 2008

NOSSO POVO

Quando Deus criou o homem
Nu, feliz, sem trabalhar
Vivendo no paraíso, pois o mundo era o seu lar
Da costela a companheira
Morena boa, faceira
Toma o sol que lambe a terra e gera os frutos que se comem
(a mulher e o homem)

Desde aquele tempo nunca mais houve paz
E o filho já matou seu irmão
E os paraísos já não existem mais
Foram descobertos, quisessem ou não

Diz que aqui era um desses
Que plantando tudo dava
Pau vermelho, cana doce, pedra verde e gente brava
No lugar do dono bugre
Vão plantar os seus costumes
Suas cruzes, compra e venda, força bruta e seus perfumes
(que cordialidade!)

Mas como é que pode esse povo que se dá?
Mora num celeiro onde falta pão
Fruto da mistura de tudo quanto há
Roubo, catequese e escravidão

No navio que trouxe os negros
Os pais da nossa alegria
Ferro em brasa, soledade, chicote e corrente fria
No sertão a seca doida
Devastando o morador
Que, no entanto, canta e dança para esquecer a sua dor
(que dor da moléstia)

Mas chegou a hora da gente merecer
Essa alegria que aqui já tem
E como foi dito, fazer acontecer
Que de cima nunca é que vem,
Vem!

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