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sábado, 4 de agosto de 2012

ELEGIA

(Jorge Lampa)




Se minhas mãos erguem-se
em prece,
é quando ainda te desconhecem.

Mas, se ao contrário,
sem pressa
perseguem-te,
é para que jamais em vão se esqueçam.

Que as leis que regem nossos corpos
as mesmas são que as dos celestes,
provam-no os raios do sol
recolhendo-se a seus postos
quando surge o brilho recoberto por tuas vestes.

Pois, tal como um astro e outro em flerte
as rotas não escolhem,
assim me vi
cumprindo, no ato de eleger-te
a sina de girar em torno a ti.



(Obs.: não é letra de música, é poema. Mas como o Pound diz que a poesia perde quando se afasta da música e esta quando se afasta da dança, vai aqui como "LETRA E MÚSICA").

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