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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

OS ANDAIMES - PARTE 1.

+*SOLO, SOLAR*+
Respeitando as fontes, compartilhando referências.

Repertório de 13 e 27 de janeiro (sesc santos) e da primeira entrada do Rolidei, em 24 de janeiro (sábado). E de algumas que irão ser tocadas no Espelunka, hoje, 16 de janeiro, sexta-feira.

1. A “Abertura”, fica por conta da primeira estrofe de um repente de dois mestres do gênero, Ivanildo Vilanova e Severino Ferreira, com o belo mote “eu também sou cangaceiro, minha arma é a viola”, na repetição da estrofe fiz uma brincadeira com essa forma de grande (enorme!) arte que é o repente nordestino e dei uma mudadinha no mote pra “eu também sou brasileiro, minha alma é da viola”. aí, me animei.
Em seguida, vem uma pequena citação do coco “Boa Noite”, da pernambucana Aurinha do Coco. imaginem uma loite de lua e coco no Alto da Sé de Olinda... Aurinha 'tá lá.
Não há nada como ver e prestigiar o trabalho de mestres como esses vendo-os ao vivo, mas eu obtive os cantos através de dois cd',s: A Arte da Cantoria – cangaço (Funarte/Itaú Cultural/Atração Fonográfica) e o “Seu Grito”, de Aurinha.

2. Aí vem FÉ, FESTA; essa é minha. A base é uma só: as congadas de Minas, principalmente um ritmo chamado “baiano” que se toca por lá. Dêem uma olhada aqui nos marcadores “Letra e Música” que ela está lá.

3. Aí, vem mais uma vinheta com um clássico de nossa cultura popular: é a ladainha de mestre Pastinha, figura lendária da capoeira angola, aquela que diz: “eu já vivo enjoado/ de viver aqui na terra”, funcionando como introdução a esse interessante xote de Dominguinhos, Volta e Meia. As duas são meio “cósmicas” e a viagem é em rabo de cometa!

4. O que nos leva a Respeita Januário, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, quase uma declaração de princípios de respeito aos grandes mestres. Quase não, é uma declaração! Respeita Januário, respeita Salu, Ivanildo, Aurinha, Seu Feliciano, Vadinho do Gantois...
Eu quero ver você dizer que eu sou ruim (Alceu Valença/ Alcymar Monteiro/ Arcilio Araújo, quanto “A”!) é um xote venenoso, desses pra se hipnotizar de dançar...

5. Já Kalu é só de Humberto Teixeira. Uma pequena jóia de nosso cancioneiro. Cuidamos dela carinhosamente. Dêem uma ouvida. Eu não canso de ouvir e de tocar.

6. Jack Soul Brasileiro, de Lenine. Mais uma declaração. De amor ao Brasil? Ao Brasil de Jackson do Pandeiro? Ao pandeiro de Jackson do Brasil. Ouçam a divisão rítmica desse homem, pelamordedeus! É a grande arte! E sabem quem é seu maior seguidor, né? Depois eu conto, não sei se vocês estão preparados... (hehehehe!).

7. Chiclete com Banana. O elo perdido entre o forró e o samba-rock! Percebam que a letra fala: “é o samba-rock meu irmão”. Essa canção é de Gordurinha e Almira Castilho, que foi mulher de Jackson.. Chiclete com Banana já virou um termo corrente na língua portuguesa. A música popular tem esse poder.

8. Então repitam comigo: SALVE, JORGE!. Essa é deste Jorge e é para aquele Jorge que mora na lua e para aquele que mora num país tropical, para atrair boas vibrações, declarar o amor pelo Brasil, pela Terra, pelo universo, que são os lugares por onde Jorge anda combatendo o dragão da maldade. Salve, santo guerreiro! E, para alguns: Ogunhê!
(continua).

5 comentários:

Iracema Ananias* - Iara do Ivaí disse...

A magia da música nos atinge de diferentes formas segundo nossas peculiaridades.
- O pesquisador além de sentí-la, a estuda, esmiuça e transmite o que sabe. Entende o que sente.
- O leigo sente sem entender.Ouve, dança, e inunda-se por inteiro.
- A criança ouve, sente, dança, diverte-se e nem se dá conta dessa felicidade.

A emoção da platéia transcende os meros aplausos. Vai além.
Esses "Andaimes" construídos em sólidas bases de pesquisa e paixão, nos contagia mesmo que não saibamos os detalhes.
Os ritmos são atávicos e lúdicos.
Ouvi-los é puro deleite.
Nossa música brasileira que brota de nosso chão suado, em diferentes nuanças e origens e nos transporta deixando a alma agradecida.
Salve Jorge!

Jorge Lampa disse...

Lindas palavras, Iara.
Só tenho a dizer: obrigado!

Fico muito feliz em sentir as "ressonâncias" das ondas que são postas em vibração.

Isso também é música!

Grande abraço.

Iracema Ananias* - Iara do Ivaí disse...

Eu é que agradeço meu amigo!
Aguardarei ansiosa os "Andaimes parte 2 - A missão"

Deus o abençoe

Yan Kaô (Obashanan) disse...

Caríssimo Lampão, Saravá!! Aqui é o Yan Kaô, o Obashanan, da Ayom Records. Fiquei (ficamos eu e minha esposa, os diretores e únicos funcionários da Ayom) emocionadíssimo com seu texto na revista deMúsica. Tanto que a publiquei no meu blogue do acervo com a sua licença e agô!! Muito obrigado mesmo por suas palavras, o texto envolvente só vai nos fazer bem,vindo de uma cabeça sonora positiva como a sua. Em tempo:o "Records" é por vários motivos, sim, claro, pretendemos ambiciosamente atingir mercados gringos e a net é dominada pelo idioma da tribo dos Anglos, fazer o quê... ainda e também éuma brincadeira com as gravadoras evangélicas que são todas "Records" e porque soa chique e engraçado ao mesmo tempo, dependendo do ouvido. Quanto aos textos do acervo que você discordar, por favor, fique a vontade, que estamos todos aqui, esperando opiniões de todos os lados, ainda mais de seres raros e conscientes como o senhor, que ainda pensa na música pelo bem que ela faz...

Muito Axé!!

Ayan Irê Ô!!

Yan Kaô

(Obashanan)

Jorge Lampa disse...

Prezados Mestre Obashanan e Yataciara:

Só tenho mais uma vez que agradecer palavras tão certeiras e dizer que sou grande admirador do trabalho de vocês.

Fiquemos em contato.

Axé.

Jorge.