+*SOLO, SOLAR*+
Respeitando as fontes, compartilhando referências.
Repertório de 13 e 27 de janeiro (sesc santos) e da primeira entrada do Rolidei, em 24 de janeiro (sábado). E de algumas que irão ser tocadas no Espelunka, hoje, 16 de janeiro, sexta-feira.
1. A “Abertura”, fica por conta da primeira estrofe de um repente de dois mestres do gênero, Ivanildo Vilanova e Severino Ferreira, com o belo mote “eu também sou cangaceiro, minha arma é a viola”, na repetição da estrofe fiz uma brincadeira com essa forma de grande (enorme!) arte que é o repente nordestino e dei uma mudadinha no mote pra “eu também sou brasileiro, minha alma é da viola”. aí, me animei.
Em seguida, vem uma pequena citação do coco “Boa Noite”, da pernambucana Aurinha do Coco. imaginem uma loite de lua e coco no Alto da Sé de Olinda... Aurinha 'tá lá.
Não há nada como ver e prestigiar o trabalho de mestres como esses vendo-os ao vivo, mas eu obtive os cantos através de dois cd',s: A Arte da Cantoria – cangaço (Funarte/Itaú Cultural/Atração Fonográfica) e o “Seu Grito”, de Aurinha.
2. Aí vem FÉ, FESTA; essa é minha. A base é uma só: as congadas de Minas, principalmente um ritmo chamado “baiano” que se toca por lá. Dêem uma olhada aqui nos marcadores “Letra e Música” que ela está lá.
3. Aí, vem mais uma vinheta com um clássico de nossa cultura popular: é a ladainha de mestre Pastinha, figura lendária da capoeira angola, aquela que diz: “eu já vivo enjoado/ de viver aqui na terra”, funcionando como introdução a esse interessante xote de Dominguinhos, Volta e Meia. As duas são meio “cósmicas” e a viagem é em rabo de cometa!
4. O que nos leva a Respeita Januário, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, quase uma declaração de princípios de respeito aos grandes mestres. Quase não, é uma declaração! Respeita Januário, respeita Salu, Ivanildo, Aurinha, Seu Feliciano, Vadinho do Gantois...
Eu quero ver você dizer que eu sou ruim (Alceu Valença/ Alcymar Monteiro/ Arcilio Araújo, quanto “A”!) é um xote venenoso, desses pra se hipnotizar de dançar...
5. Já Kalu é só de Humberto Teixeira. Uma pequena jóia de nosso cancioneiro. Cuidamos dela carinhosamente. Dêem uma ouvida. Eu não canso de ouvir e de tocar.
6. Jack Soul Brasileiro, de Lenine. Mais uma declaração. De amor ao Brasil? Ao Brasil de Jackson do Pandeiro? Ao pandeiro de Jackson do Brasil. Ouçam a divisão rítmica desse homem, pelamordedeus! É a grande arte! E sabem quem é seu maior seguidor, né? Depois eu conto, não sei se vocês estão preparados... (hehehehe!).
7. Chiclete com Banana. O elo perdido entre o forró e o samba-rock! Percebam que a letra fala: “é o samba-rock meu irmão”. Essa canção é de Gordurinha e Almira Castilho, que foi mulher de Jackson.. Chiclete com Banana já virou um termo corrente na língua portuguesa. A música popular tem esse poder.
8. Então repitam comigo: SALVE, JORGE!. Essa é deste Jorge e é para aquele Jorge que mora na lua e para aquele que mora num país tropical, para atrair boas vibrações, declarar o amor pelo Brasil, pela Terra, pelo universo, que são os lugares por onde Jorge anda combatendo o dragão da maldade. Salve, santo guerreiro! E, para alguns: Ogunhê!
(continua).