Olá, povo.
Para me apresentar.
Estou começando agora esta história de blog e ainda me sentindo um tanto estranho no meio. Não me refiro ao meio virtual,etc., que no fim acaba sendo sempre mais simples do que a gente pensa. Mas sim ainda com um certo estranhamento causado pela pergunta: pra que serve isso? Tanta coisa e tanta gente, tanto conteúdo e tanto lixo e eu aqui no meio fazendo exatamente o que?
Mais para frente vou até convidá-los para um debate sobre isso, mas primeiro acho mais honesto responder à minha pergunta que, acredito, deveria ser a de todo mundo que "publica": porque te convido a usar seu tempo lendo estas coisas que pretendo escrever?
Primeiro, e acho que essa também deveria ser a resposta de todos, porque essa é a minha versão dos fatos, essa é a minha gota no meio do oceano em que navegamos... e tá aí o lado mais bacana da rede: lulas, peixões ou simples caramujos, estamos todos, de certa forma, no mesmo barco.
Então, se por acaso você derivou até aqui e resolveu aportar um pouquinho, fique sabendo também que a idéia não é criar mais um blá-blá-blog contando que tenho uma cachorra chamada Kika (ou é Quica?) e meu signo é tal e outros detalhes que só valem a pena discorrer num boteco ou na cadeira de praia embaixo do sol brasileiro.
Na verdade, é mesmo sobre coisas que acontecem sob esse sol que ilumina o mundo e outros planetas, mas aqui na Brazucolândia brilha e vibra de um jeito muito próprio, que quero falar.
Mas, além disso, que peixe é que quero vender pra vocês?
Seguinte:
Sou músico, fiz um tanto de cursos na UNICAMP (depois falamos disso, mas o mais bacana é que lá foi a primeira universidade de Pindorama a acolher um curso de graduação em música popular), já toquei também um bocado com um bocado de gente muito boa e tudo isso despertou em mim uma paixão pelo tesouro escondido nesse baú com uma etiqueta grudada nele onde está escrito "popular".
Daí, conheci pessoalmente e em discos, fitas, vídeos, conversas, um mundo de gente que faz desse adjetivo uma ação.
E é no solo que pisa essa gente que não para de "popular" por aí que pretendo fincar a estaca zero deste blog. Que, espero, não seja "estaca no brejo" nem "prego no angu" mas sim que seja papo firme mesmo como o tal prego que não se arranca e a madeira que cupim não rói.
O "papolampa" então será esse: sobre músicas, músicos e música. Popular. Músicos como Seu Feliciano, com quem tive o prazer de conviver durante minha pesquisa para o mestrado (UNICAMP, né...) sobre as congadas e maçambiques de Passos, MG e testemunhar sua sabedoria e sua generosidade de grande mestre dos saberes da religião e da arte locais. Músicos como meus "colegas de trabalho" Tião César (sanfoneiro do pantanal!), Felipe Romano (e sua iniciativa de criar um maracatu que sabe ser sério e festivo em Santos) e Odilon de Carvalho (salve, Mafuá!), músicos como aqueles grandes mestres que a gente gosta de tocar, Dorival, João Bosco, o obá do Minc (cancionistas de mão cheia e grandes violonistas também). O papo será também sobre música: sobre as Músicas dos Brasis (a áfrica do candomblé queto, a lusáfrica de nossas cordas dedilhadas e aquela ameríndia dos pifes), a música que a gente faz, a que a gente ouve e as que admira. E sobre a que eu faço, quero contar pra vocês onde, quando e o que estou e estarei tocando. Mas não não só para ficar querendo público nas baladinhas e sim para criar um diálogo franco em torno de coisas que estão sendo feitas na prática, abrir um espaço maior para multiplicar os conteúdos. Porque isso tem mesmo, viu, modéstia às favas. Conteúdo.
Então, no final das contas, o que eu quero com esse blog é fazer a vocês uma série de convites: pra uma "conversa entre seres humanos inteligentes" (parafraseando politicamente corretamente os Campos de Pound), trocas de impressões sobre sons, sugestões e dicas de eventos bacanas, etc.
No fim, são todos convites para viagens. Aos poucos, vou aprendendo a ser menos prolixo e mandar pro lixo o que excede e a colocar fotos, sons, etc. E a viagem ficará mais agradável, mais colorida. Espero.
Estou esperando.
Axé e até.
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