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quarta-feira, 30 de junho de 2010

TRABALHA E CONFIA

(foto de Jorge)
Eu gosto deste lema que está na bandeira do Espírito Santo (veja bem, a bandeira do estado do ES... nossa, quantas palavras significativas!).


Pois bem, estamos por aqui.
29 e 30 de junho: Pinheiros; 10 e 2 em Barra de São Francisco e 5 e 6 em Cachoeiro do Itapemirim.


A Bordo do Teatro.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

MAIS VISÕES DO VALE...




(Vale do Jequitinhonha, Turmalina, a Igreja Matriz, o azul do céu chegar a ser "indecente", não? fotos minhas...)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

ONCOTÔ E PRONCOVÔ...


... nos próximos dias (24, 25 e 26 de junho agora) - com o Teatro a Bordo.

aXé mesmo, pois é Bahia!!!
(para informações sobre o circuito: www.teatroabordo.com.br)

AS CIDADES E SUAS FALAS





“Esse violão é seus?” pergunta com aquele delicioso sotaque mineiro do Vale do Jequitinhonha (quase “jequiti-õ-nha” quando pronunciado com tal sotaque) o moço do hotel.

Aliás “moço” e “moça” por aqui são palavras de múltiplo uso que vão desde a habitual forma de tratamento para alguém de que você não sabe o nome (na papelaria de Turmalina: “moça, tem alfinete?”) até aquela forma meio de interjeição que aí por São Paulo e outros a gente usa “rapaz”. Sabe assim: “rapaz, que golaço”? Ou “cara”, “meu”, “véio”, etc. Só que nenhum tem o mesmo sabor. Aliás ,falando em sabor, passe sua língua lá no céu de sua boca e fale alguma palavra com “L” entre duas vogais, com esse som bem palatal – (é assim que fala, linguistas? - bem indo mesmo lá no céu da boca – será que é porque o daqui é tão estrelado?). Este é outro traço cheio de charme desse sotaque. Eu precisava estudar fonética, mas o que meu ouvido de músico diz é que juntando o tal “L” aí com um “I” bem curtinho e que não vai muito pro nariz e comendo um bocadin... da última sílaba (fale “palito”, por exemplo, desse jeito) a gente tem outro tempero regional que o povo daqui usa para nos servir suas palavras.

A moça da papelaria, no fim, me vendeu os tais alfinetes (que eu estou usando pra fazer um pau-de-chuva artesanal – sabe aquele instrumento que faz “chchqchqqchchq”?) e perguntou: “o moço quer uma sacolinha?”. Nessa minha transcrição inventada equivaleria a “sacolin-ha” que a gente já ouve com mais ênfase na Bahia e que aqui é bem sutil. Devo dizer que, sei lá eu porque, eu adoro quando ouço essa sonoridade. É mesmo música pra mim.

Mas, além dos sons, uma outra moça, essa de Capelinha, aqui também na região, nos explicou como os mineiros falam com as mãos. Eu achava que era só coisa de italiano, mas ela explicou, sanando uma dúvida que tínhamos sobre as indicações de distância quando pedíamos informações sobre trajetos e caminhos. Disse lá ela que quando alguém fala: “é ali...” e não balança a mão meio com a palma virada de lado é porque é perto mesmo. Mas se balançar... se prepare pra andar bastante. Quanto? É prestar atenção no tanto que ela balança! E quando alguém fala, como ouvimos: “pega reto ali e segue toda vida”. Esse toda vida às vezes dá um susto na gente!

Bom, mooooço, 'tá na hora de encerrar, mas antes não dá pra deixar de lembrar como lá em Senador Modestino Gonçalves alguns sons e sabores de sotaques de fizeram presentes. Um deles é: “mãe 'tá aí? Você viu mãe?”.

Outra coisa é a forma como eles “reduzem” o nome da cidade (pois perguntei, afinal, com um nomão comprido desses deve ter uma forma mais familiar...). A moça do restaurante disse que era “Mecês”. Na verdade, “Mercês”, mas com um “R” tão levinho que nem se ouve direito.

Aliás, porque esse era o nome anterior da cidade: “Mercês do Araçuaí”, aliás nome do ótimo grupo de teatro da cidade, porém grafado “Mercês do Arassuahy” (corrijam-me, rapaziada, se eu estiver errado); aliás terra de bons jovens músicos (Jacó e moçada, sigam firme em frente!).

Aliás foi lá que Élton, do grupo de teatro me mostrou a possibilidade um uso ainda mais radical da expressão “moço”. Ele disse que às vezes se fala até: “Moço, moço...” e prossegue a frase, sendo que um “moço” serve de interjeição e o outro de vocativo (está certo, gramáticos?).

Aliás, você viu quanto “L” eu pus aí para você treinar?

Bão, não precisa nem falar da elisão e fusão de palavras que levam a coisas como a receita de "moio de repoi no ai e ói" que vimos numa revista não sei se em Água Boa ou Malacacheta (de novo os nomes...).

Pois então, “moço, moço e moça”: que terra boa. Vamos experimentar mais?

Ò a garupa...

(P.s.: a foto é minha, do museu de Minas Novas.)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

VISÕES DO VALE






Saindo de Minas Novas (MG). 18 de junho de 2010, lá por umas 7h00 de uma manhã bem fria... Fotos de Jorge Lampa.

DESROTEIROS...






Eu estava já todo preocupado com a minha desorientação (não a espacial - sou bom de mapas e trajetos; tampouco aquela que leva os mineiros, como os dessa terra linda por onde estamos, a dizerem: "que moço mais desorientado" - essa já aprendi tentar tornar texto e tom; mas justamente com a literária, aquela mais descritiva, mais prenhe de necessidades de exatidões).

Mas, graças s Deus e Nossa Senhora do Rosário (vou me cobrar - me ajudem - escrever sobre uma cidade onde a festa desta linda santa e de seu povo negro e devoto parece ser igualmente linda e impressionante: Minas Novas), bem graças a todas essas graças deste estado que eu amo, o casal de queridos, ilustres e ilustrados amigos Alessandro "Xuxa" Atanes e Marcinha "Speed Bebê" Costa veio em meu socorro e me alertou, num comentário aqui no blog, que o que estava fazendo era "a geografia afetiva dos artistas".

Além de honrado (pois trata-se de gente que sabe muito bem o que fala, pra quem conhece), me senti aliviado.

Vocês sabem que na estrada a gente aprende a levar só o necessário.

Então, deixo essa obrigação de ser exato e levo comigo leveza dos estudiosos de musgos e dos apaixonados pelo vôo do gavião (que, aliás, tem muito por aqui).

Quem quiser me acompanhar, fique sabendo que a viagem é essa.

A garupa continua à disposição.

domingo, 13 de junho de 2010

AS CIDADES E SEUS NOMES





Vocês já veem na foto um dos exemplos de sonoridade, poesia, história e sabores diversos que esses nomes das cidades trazem, Brasil afora. Insistindo na metáfora das cidades como pessoas, a mesma coisa vale para seus nomes. Tem nome esquisito, tem nome que é a cara do dono ou da dona, nome que dá vontade de descobrir a história, nome que fica na cabeça porque a gente gostou muito do dono ou da dona e por aí vai....

O de São José do Goiabal, a da placa, é por isso mesmo: grande quantidade de goiabas. Já São Pedro dos Ferros se deve à sua fundação ter sido feita por uma família de sobrenome “Ferro”. Carbonita é o nome do minério de carvão, que a cidade do mesmo nome teve em grande quantidade em suas minas no passado. Dionísio eu não sei dizer, mas não é interessante, então, que este seja o nome do deus do teatro?
Pé na estrada!

terça-feira, 8 de junho de 2010

AS CIDADES E SUAS FACES



Desde muito as cidades me cativam, me espantam, me seduzem, encantam e jogam uns mistérios quando eu passo por elas.

Um deles é: como eu seria se morasse aqui? Se tivesse nascido aqui e, em vez de chegar com esse olhar espantado e essa retina faminta eu já fosse acostumado a olhar essa praça, essa igreja, essas pessoas, que passariam pelo meu dia sem que a gente se estranhasse e volta e meia ficasse com aquela vontade de conhecer um ao outro.

E aí, fico achando cada cidade como se fosse uma pessoa, com seus trejeitos e jeitos e personalidades e rostos diferentes.

Mas daí é que vem outro problema (coisa de gente louca que disfarça bem e tenta transformar numa certa poética, mas vocês me entendem, né?). Então, o problema é que quase nunca a gente consegue ver o rosto das cidades. Como é que a gente faz pra olhar pra uma e ver seus olhos e seu sorriso, ou uma sua carranca amarrada, que às vezes é o caso?

Não dá, né? Subindo num morro, andando de helicóptero (ou avião) a gente vê uns traços dessas fisionomias. Ainda assim quando é grandona que nem Rio, Sampa, BH, a gente vê é mesmo só uns relances... ,

Por isso que é fico meio embevecido com as pequenininhas.

E por isso é que eu gosto de viajar.

Ah,quem sabe vocês vem na garupa de uma dessas viagens (viagem de doido, sabe?).

Eu vou colocando umas fotos...